Durante nossa viagem pela Patagônia Argentina, decidimos fugir do roteiro convencional. Optamos por alugar um carro em Buenos Aires e percorrer 1.800 km até Bariloche, em vez de pegar um voo direto de Guarulhos, como muitos fariam.
Para alguns, essa escolha pode ter parecido uma loucura, considerando que há voos diretos para Bariloche. No entanto, a ideia de explorar a região por terra e com tempo nos atraía. Quem prefere esse estilo de viagem sabe que, ao viajar de carro, você tem a oportunidade de descobrir lugares que jamais veria de avião.
Recomendo que consultem um mapa e observem o vasto deserto entre Buenos Aires e Bariloche. As estradas são longas, mas bem conservadas, e há poucos postos de gasolina ao longo do caminho. A paisagem se mantém inalterada por muitos quilômetros, o que cria uma experiência única.
À medida que você se aproxima da Patagônia, as placas indicando "Você está em região Patagônica" começam a aparecer. A vegetação muda, as gigantescas montanhas da Cordilheira dos Andes surgem no horizonte, lagos azuis acompanham as estradas, e a atmosfera se transforma completamente.
É curioso notar que, na região, Bariloche é carinhosamente chamada de "Brasiloche". Isso acontece porque, no inverno, muitos brasileiros viajam para Argentina e Chile em busca de neve, enquanto os argentinos visitam o Brasil para aproveitar nossas praias. As placas em inglês, espanhol e português confirmam essa conexão.
Os funcionários de hotéis e restaurantes se esforçam para falar português, já que nem todos dominam o espanhol. Isso desmente o mito de que os argentinos não gostam dos brasileiros; fomos muito bem tratados em todas as cidades argentinas que visitamos.
Quanto aos preços, a região é um pouco mais cara, especialmente em comparação com Buenos Aires. Em 2022, quando a moeda argentina estava bastante desvalorizada e o país estava em período eleitoral, os custos eram mais altos, mas ainda assim, a experiência compensava.
A gastronomia argentina é mundialmente renomada, especialmente pelo churrasco. Experimentamos em vários locais e, embora não tenhamos visitado todos os restaurantes, destacamos o El Patacón. Com uma carne incrível e uma vasta carta de vinhos, o custo para duas pessoas foi em torno de R$150,00, e ainda sobrou comida.
Não podemos deixar de mencionar a loja Franuí, famosa por seus chocolates e sobremesas, incluindo a deliciosa framboesa coberta com chocolate preto e branco.
Dentre todos os lugares que visitamos em Bariloche, a cervejaria Patagônia foi, de longe, o melhor. Seja pela comida, pelas bebidas ou pelo ambiente, o local é espetacular. Recomendamos a visita e voltaríamos lá inúmeras vezes.
A estação de esqui de Bariloche é muito interessante, oferecendo a opção de levar seu próprio equipamento ou alugá-lo no local, além de aulas de esqui e snowboard.
Vale a pena conhecer a Villa La Angostura, que fica a cerca de uma hora de carro de San Carlos de Bariloche. É um lugar encantador, com ótimos restaurantes e paisagens deslumbrantes. Um pouco mais adiante, está San Martín de Los Andes, uma cidade belíssima próxima à fronteira com o Chile. Ela está a aproximadamente quatro horas da cidade de Puerto Montt, que é o ponto de partida da Carretera Austral.
Em resumo, a viagem para Bariloche e toda a Patagônia Argentina e Chilena foi incrível, com paisagens indescritíveis que ficarão para sempre em nossas memórias.
A Patagônia Argentina é um dos destinos mais impressionantes da América do Sul, especialmente pela região de Bariloche, Villa La Angostura e San Martín de los Andes, três cidades que combinam paisagens de montanha com lagos cristalinos e uma infraestrutura turística voltada para quem aprecia tanto relaxamento quanto atividades ao ar livre.
1. Destaques das Cidades
Bariloche: Conhecida como a capital do turismo na Patagônia Argentina, Bariloche se destaca por seus lagos azuis, como o Lago Nahuel Huapi, e as paisagens de montanhas cobertas de neve. É um destino ideal para esportes de inverno, como esqui e snowboard, mas também oferece atrações no verão, como trilhas e passeios de bicicleta. A cidade é famosa também pela produção de chocolates artesanais.
Villa La Angostura: Localizada a cerca de uma hora de Bariloche, Villa La Angostura é uma cidade pequena e charmosa, com uma atmosfera mais tranquila. O Parque Nacional Los Arrayanes é uma das principais atrações, conhecido por suas árvores arrayanes únicas de casca avermelhada. Villa La Angostura também é um ótimo ponto de partida para quem quer explorar a Rota dos Sete Lagos, que leva até San Martín de los Andes.
San Martín de los Andes: No final da Rota dos Sete Lagos, San Martín de los Andes é uma cidade aconchegante e menos movimentada, localizada às margens do Lago Lacar. É muito procurada por quem gosta de esportes de aventura e ecoturismo, além de ser um ótimo lugar para degustar pratos regionais como o cordeiro patagônico e as trutas frescas dos rios da região. Cerca de 4 horas de San Martin, fica a primeira cidade da Carretera Austral no Chile
2. A Viagem de Carro de Buenos Aires a Bariloche
Roteiro de Viagem: A viagem de carro de Buenos Aires até Bariloche leva cerca de 18 a 20 horas, com um trajeto de aproximadamente 1.600 km. Saindo de Buenos Aires, a Rota Nacional 5 leva até Santa Rosa, capital de La Pampa, e em seguida continua pela Rota Nacional 35 até General Acha. De lá, é possível seguir pela Rota 152 e depois pela Rota 20 até a Rota 237, que leva finalmente à região da Patagônia.
Estradas e Estrutura: No início, as estradas são planas e bem pavimentadas, mas conforme se adentra na Patagônia, o cenário se transforma em retas extensas, atravessando desertos e paisagens áridas. Postos de gasolina são escassos, especialmente ao longo da Rota 237, exigindo planejamento para evitar ficar sem combustível. Recomenda-se sempre abastecer quando possível e levar mantimentos, pois os pontos de parada são raros.
Mudança na Paisagem: Atravessando o deserto da Patagônia, o cenário é marcado por vastas planícies e uma sensação de isolamento. Mas, ao se aproximar dos Andes e de Bariloche, a paisagem muda drasticamente: os desertos dão lugar a montanhas, florestas e lagos, criando uma experiência visual que compensa o longo trajeto. É nessa região que a viagem ganha sentido, ao se deparar com as cores e formas exuberantes da Patagônia Andina.
3. Dicas de Viagem
Planeje a viagem com antecedência, considerando os trechos com pouca infraestrutura e a longa distância entre os postos de combustível.
Recomenda-se viajar durante o dia para aproveitar as vistas e evitar a escuridão em trechos isolados.
Leve agasalhos mesmo no verão, pois o clima na Patagônia é variável e pode esfriar consideravelmente ao anoitecer.
4. Experiência Completa
A Patagônia Argentina oferece uma experiência única: das paisagens desérticas à beleza das montanhas, cada trecho da viagem tem seu valor. Bariloche, Villa La Angostura e San Martín de los Andes encantam com suas paisagens, comidas típicas e atividades para todos os gostos, proporcionando uma jornada memorável para quem busca explorar essa parte do mundo.
A região é conhecida pelo contraste entre montanhas, campos e vastas áreas desérticas. O clima é frio e bastante variável, com ventos fortes e baixas temperaturas, especialmente durante o inverno. No verão, as temperaturas sobem, mas ainda são amenas e o vento continua presente.
5. Custo da Viagem
A Patagônia é um destino de custo elevado, especialmente em parques e cidades turísticas como Torres del Paine e El Calafate. Hospedagens, passeios e refeições são mais caros comparados a outras partes da Argentina e do Chile. O aluguel de carro também é uma opção viável, embora cara, mas oferece liberdade para explorar as estradas e paisagens.
6. Acesso e Estradas
As estradas da Patagônia são, em grande parte, de terra ou cascalho, o que exige cuidado, especialmente em dias de chuva. A Carretera Austral no Chile e a Ruta 40 na Argentina são as principais vias que atravessam a região. Ambas as estradas oferecem vistas incríveis e acesso a diversas cidades e parques nacionais.
7. Gastronomia
Na Patagônia, a gastronomia é simples, com ênfase em carnes e frutos do mar. Pratos como cordeiro patagônico assado, truta e centolla (caranguejo gigante) são comuns, além de vinhos locais. As refeições podem ser mais caras devido à dificuldade de transporte e abastecimento na região.
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